Rolim de Moura,

'Fala da realidade', diz Cremero sobre carta aberta que indica colapso na saúde de RO
Nota pública divulgada pelo Simero também diz que médicos precisam escolher qual paciente teria acesso à UTI. Estado tem 194 mortes por novo coronavírus.

Por G1 RO
Publicado 05/06/2020
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Foto: Cremero/divulgação

O presidente do Conselho Regional de Medicina de Rondônia (Cremero), Robinson Machado Yaluzan, se posicionou a favor do Sindicato Médico de Rondônia (Simero). Na última quarta-feira (3), o sindicato publicou uma carta aberta onde critica a gestão estadual da crise sanitária vivida em decorrência da pandemia do novo coronavírus.

Conforme Robinson, "ela fala da realidade do que está acontecendo hoje no sistema público e privado com relação ao número de leitos das UTI e o risco que a população está vivendo pela falta de leitos".

"Ter que escolher quem é que vai utilizar esses leitos e quem não pode é algo muito sério, pois estamos falando de vidas humanas", declarou.

Quanto ao trabalho que tem sido desenvolvido contra o avanço da Covid-19, Yaluzan reforçou a fiscalização e ressaltou que Rondônia não estava preparava para enfrentar uma pandemia, o que resultou na lotação dos leitos de UTI.

"Sabemos que é um problema mundial, que Rondônia não estava em condições de suportar uma pandemia dessa. Havia alguns movimentos para se precavê a isso, movimentos bem expressivos, que a gente lisonjou, e a gente concorda que foram importantes, porém não eram suficientes", explicou.
"Tivemos um retorno importante dessas fiscalizações no sentido de avaliar a questão dos equipamentos e proteção individual (EPI) para profissionais de saúde, a questão das condições, logísticas de equipamentos, materiais e principalmente estrutura física dessas unidades. Estamos à disposição da população para novas denuncias e também da nossa classe médica pelo portal do Conselho Federal de Medicina", declarou o presidente do Cremero.

Colapso
Na nota, o sindicato afirma que o sistema de saúde colapsou devido a falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), tanto na rede pública quanto na privada, a falta de respiradores, de recursos humanos e de estrutura no sistema, e faz críticas à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

"Como sindicato, temos buscado contribuir no combate à Covid-19, com a aquisição, confecção e entrega de EPIs, projetos técnicos, vídeos educativos, alertas, trabalhos e estudos dirigidos ao referido gestor, devidamente registrados em atas e ofícios, entretanto apesar desse enorme esforço, todos foram por ele, ignorados. Perdeu-se tempo, e os responsáveis engolidos pela falta de decisões e planejamentos eficazes".

No documento, o Simero ainda diz que a Sesau teve três meses para planejamento e ações de combate ao coronavírus, mas "o que se viu foi a necessidade do ajuizamento de diversas ações para que a SESAU apresentasse soluções e planejamentos para combater a Pandemia".

O sindicato também orienta os médicos a como agir em casos de falta de equipamento ou estrutura para o tratamento de pacientes com a Covid-19.

Leitos ocupados
Na quinta-feira (4), representantes da rede hospitalar privada de Porto Velho alertaram que as unidades estão trabalhando no limite da capacidade dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Na rede estadual, os hospitais Samar, de Base, Cemetron e Regional de Cacoal estão com todos os leitos de UTI ocupados. A Assistência Médica Intensiva (AMI), que tem apenas leitos de UTI, tem mais de 90% de ocupação e o Hospital João Paulo II e Hospital de Amor (contratado pelo Estado) têm 75% da capacidade ocupados.

No último boletim divulgado pela Sesau, na noite de quinta-feira (5), Rondônia registrava 6.459 casos confirmados e 194 mortes pelo novo coronavírus.

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Foto: Cremero/divulgação
Foto: Cremero/divulgação

Fonte: G1 RO