Rolim de Moura,

Mais de 50% de todo desmatamento na Amazônia em junho ocorreu no Pará
Desmatamento avança na Amazônia

Publicado 18/07/2020
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O estado do Pará foi o líder no desmatamento na Amazônia no mês de junho, segundo dados do sistema de alerta Deter, realizado pelo INPE. Sozinho, o estado registrou 543 km² de área desmatada no mês de junho, o equivalente 52,5% do total desmatado no mês de junho, que foi de 1.034,36 km². O epicentro do desmatamento é a região centro-sul do Pará, onde estão localizadas as florestas nacionais do Jamanxim e de Altamira, as duas unidades de conservação que mais perderam áreas de floresta em junho.

E a lista continua. Estão no Pará as 5 unidades de conservação que lideram o ranking do desmatamento. Além das florestas nacionais, que registraram 23.98 km² e 19.61 km² de área desmatada em junho e ocuparam a primeira e segunda posição, respectivamente, estão na lista: a Área de Proteção Ambiental do Tapajós (13.40 km²), a Floresta Nacional de Itaituba II (5.63 km²) e a Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo (4.62 km²), todas no Pará.

Em sexto lugar, a supremacia paraense foi interrompida pela Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre, com 3.33 km² de área desmatada. O total de perda florestal na reserva corresponde a cerca de 8% do total desmatado no Acre e como apurado em reportagem publicado em 3 de junho em ((o))eco, a área protegida tem sofrido com o avanço da grilagem e da pecuária. O Acre foi 5º estado com mais desmatamento em junho, com 41.26 km².

Completaram o “top 5” do desmatamento, os estados do Amazonas, com 171.14 km²; Mato Grosso, com 126 km²; e Rondônia, com 113.73 km².
Junho é o penúltimo mês do ano do desmatamento, que começa a ser medido em agosto e termina em julho do ano seguinte. Assim como ocorreu no ano passado, quando os dados de alerta de desmatamento dispararam em maio, junho e julho, o governo resolveu mudar a diretoria do INPE. Nesta segunda-feira (13), saiu a exoneração de Lubia Vinhas, pesquisadora responsável pelos dois principais sistemas de monitoramento do desmatamento na Amazônia, Prodes e Deter.

Em nota, o Inpe anunciou que a saída de Lubia já estava prevista no plano de “reestruturação do Instituto”, que teve início em outubro de 2019, e que a profissional passará a ocupar o cargo de Chefe da Divisão de Projeto Estratégico. “Que tratará implementação da nova Base de Informações Georreferenciadas (“BIG”) do Inpe, uma demanda do Ministro Pontes”, esclarece a nota, em referência ao atual ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes.

Queimadas recorde em junho

O desmatamento abre espaço para o fogo. E o mês de junho já traduz em números a preocupação de especialistas que alertam para uma potencial temporada de queimadas devastadora na Amazônia, com base nos caminhos já abertos pela motosserra em 2019 e no primeiro semestre de 2020. Foram 2.248 focos de queimadas no mês, um recorde para junho, que não registrava um número tão grande de focos desde 2007, quando foram contabilizados 3.519 focos. Os dados são do Programa de Monitoramento de Queimadas do INPE.

Os focos de queimadas em junho de 2020 correspondem a um aumento de cerca de 19,6% em relação ao mesmo período em 2019, quando houve 1880 focos.

A maior quantidade de focos de calor foi registrada no Mato Grosso, onde o monitoramento detectou 1.303 focos, o equivalente a 58% do total. O estado foi seguido pelo Pará, com 491 focos, que corresponde a 21.8% do número total de focos de queimada na Amazônia. Rondônia, com 138 focos, o Amazonas, com 122, e o Maranhão, com 86 focos, completam a lista dos 5 estados com maior número de focos. Até o momento, o ano já contabiliza 8.844 focos de queimadas na Amazônia.

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Fonte: oeco