Rolim de Moura,

Petrobras reduz prejuízo líquido no 2º trimestre, mesmo com crise
Perdas caíram de R$48 bi no primeiro trimestre a R$2,7 bi no segundo

Publicado 31/07/2020
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A Petrobras registrou prejuízo líquido de R$ 2,7 bilhões no segundo trimestre deste ano. Apesar do resultado negativo, em plena crise econômica global devida à pandemia do novo coronavírus e da queda no preço do petróleo, a companhia conseguiu reduzir substancialmente o prejuízo registrado no trimestre anterior, que foi de R$ 48,5 bilhões. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (30) e podem ser acessados na página da companhia na internet.

A Petrobras se pronunciou sobre os resultados em nota, no início da noite, salientando outros indicadores financeiros positivos, apesar dos efeitos da crise econômica.

“Mesmo em um cenário desafiador como o segundo trimestre de 2020, a Petrobras conseguiu apresentar sólidos resultados em função de decisões ágeis tomadas logo no início da crise. A companhia fechou o trimestre com Ebitda [lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização] recorrente de US$ 3,4 bilhões e fluxo de caixa livre de US$ 3 bilhões. Números que mostram que, mesmo com redução de 42% no preço do barril de petróleo (Brent) e queda na demanda interna por derivados no período, a companhia seguiu firme em sua operação e com caixa para garantir sua liquidez.”

De acordo com a estatal, ambos indicadores são acompanhados atentamente pelo mercado como bons indicativos da saúde financeira: “O Ebitda é importante porque retira o efeito dos juros, impostos, depreciação e amortização do lucro líquido, facilitando a comparação de resultado entre companhias. Já o fluxo de caixa livre é o saldo de caixa - resultante da diferença entre geração operacional e os investimentos do período - usado para fazer frente às obrigações financeiras e potenciais dividendos”.

Em mensagem aos acionistas, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, destacou os efeitos negativos trazidos ao mercado de petróleo e gás mundial, notadamente com o achatamento no valor do barril.

“A eclosão de uma crise global de saúde causou uma recessão global profunda e sincronizada que afetou severamente a indústria global de óleo e gás. Os preços do petróleo Brent que eram de US$ 65 por barril em fevereiro despencaram para US$ 19 em abril de 2020 devido à contração de 25% na demanda global, ameaçando uma parada súbita nos fluxos de caixa. Nosso orçamento de capital para 2020 foi reduzido de US$ 12 bilhões para US$ 8,5 bilhões e lançamos iniciativas para cortar mais de US$ 2 bilhões em custos, além da postergação de desembolsos de caixa, incluindo salários de executivos e bônus anuais, a última parcela dos dividendos de 2019 e parte dos pagamentos devidos a grandes fornecedores”, disse Castello Branco.

O presidente da companhia citou várias medidas de redução de custos que estão sendo implementadas, incluindo otimização no número de prédios e diminuição da força de trabalho, através de programa de demissão voluntária (PDV).

“Mais de 10 mil empregados se registraram no programa de demissão voluntária, cerca de 22% da nossa força de trabalho. Isso implicará em reduções de custo de quase US$ 800 milhões por ano. Estimamos que a racionalização da estrutura executiva traga redução de custos acima de US$ 200 milhões por ano. Como consequência da redução da força de trabalho e adoção do home office, planejamos reduzir a ocupação dos atuais 17 edifícios administrativos – 23 em 2018 – para apenas 8 no primeiro trimestre de 2021, o que implica em cortes de custos de até US$ 30 milhões em 2021”, adiantou Castello Branco.

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