Rolim de Moura,

‘Pesca foi definitivamente incluída no agronegócio em 2020’, diz Abipesca
Pela primeira vez, setor pode acessar recursos do Plano Safra para compra e conservação de embarcações e equipamentos, infraestrutura para processamento, armazenamento e transporte de pescado

Publicado 30/08/2020
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O mercado de pescados pós-pandemia foi o tema do programa Direto ao Ponto exibido neste sábado, 29. Nesta edição, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), Eduardo Lobo, destacou que a inserção integral, pela primeira vez, do setor no Plano Safra vai contribuir para alavancar a cadeia produtiva no Brasil.

Desde o dia 10 de julho, a pesca comercial artesanal e industrial pode acessar crédito para captura e cultivo de pescados, compra, conservação de embarcações e equipamentos e infraestrutura para processamento, armazenamento e transporte de pescado. Até então, o recurso era liberado apenas para algumas atividades de aquicultura.

“As embarcações nunca foram contempladas no Plano Safra. Ou seja, a outra grande parte que seria correspondente a 60% da produção nacional nunca havia sido beneficiada e foi agora”, disse o presidente da Abipesca.

Lobo também comemorou a autorização do governo para que os pescados nacionais façam parte de uma relação de produtos agropecuários usados como garantia de estoque. “A ministra (da Agricultura) Tereza Cristina junto com o ministro (da Economia) Paulo Guedes incluíram a pesca definitivamente no agronegócio a partir de 2020”, pontuou.

Lobo afirma que, com a possibilidade de o pescador poder contar com o crédito para fazer mais investimentos e custear sua produção, o consumidor brasileiro será o maior beneficiado. “Vamos comer peixe bom e barato muito em breve”, disse.

Outra novidade, conforme o presidente da Abipesca, é o aproveitamento de águas de reservatório de hidrelétricas para desenvolver a aquicultura brasileira. “Isso vai dar um incremento muito grande na tilápia, por exemplo, como a locomotiva dos pescados para os próximos cinco anos”. Essa possibilidade foi autorizada pelo governo federal em águas da União.

“Uma tilápia que não tem adição química, livre de antibiótico, é saudável e a gente vai poder participar ativamente das exportações no próximo ano”, defendeu Eduardo Lobo. A tilápia, explicou, é o principal pescado cultivado no Brasil e com potencial de exportação. A lagosta e o atum são os principais pescados exportados, porém, são capturados.

As exportações de peixes do país totalizaram US$ 300 milhões em 2019, enquanto as importações foram de US$ 1,1 bilhão, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

“A proteína mais comercializada do mundo é o pescado. Podemos terminar 2021 com US$ 1 bilhão e 2024, com US$ 3 bilhões de exportação”, projeta Lobo. Pelo levantamento da FAO, o país produz 1,3 milhão de toneladas de peixes por ano, sendo 700 mil toneladas da pesca de captura e 600 mil toneladas da aquicultura (criação de peixes).

Plano Safra 2020/2021
O governo federal disponibilizou R$ 236,3 bilhões para apoiar a produção agropecuária nacional. Do total programado, R$ 179,38 bilhões serão destinados para custeio, comercialização e industrialização e R$ 56,92 bilhões para investimentos em infraestrutura. Desde 1º de julho, o novo Plano Safra 2020/2021 está em vigor e os produtores rurais já podem acessar os recursos para financiamento nos bancos que operam com crédito rural e nas cooperativas de crédito.

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Fonte: canalrural