Rolim de Moura,

Governo incentiva consumo de café rondoniense com maior introdução no comércio local
O ano de 2020 contou com uma produção recorde de 2,3 milhões de sacas de café de Rondônia

Publicado 14/09/2020
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O café regional de Rondônia, além de expandir-se para o mundo, é destaque nacional e ganha notoriedade pela qualidade e produtividade dos produtos. Isto porque, o Governo de Rondônia, por intermédio da Secretária de Estado da Agricultura (Seagri), vem investindo pesado na cafeicultura em Rondônia e impulsiona o consumo dos cafés Conilon e Robustas Amazônicas dentro do Estado. O produto já é consumido regionalmente, mas o maior consumo ainda é pela indústria nacional. Com intuito de mudar esta realidade, bem como fomentar a economia, o Governo estimula a valorização do produto com inserção maior no mercado local.

Com relação à base econômica de Rondônia, dentro da cadeia agropecuária, o café, em arrecadação de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), perde apenas para o complexo carne bovina e leite. Mas, dentro da cadeia agrícola, é o que mais gera ICMS no Estado.

O café produzido no Estado sai de Rondônia ainda em grão e vai para indústrias do sul e sudeste do Brasil, em especial para indústria de solúvel. Depois do transporte, o café é processado e entra na comercialização nacional, e posteriormente segue para exportação. De acordo com a Seagri, 2020 teve uma novidade, a Coreia do Sul solicitou uma exportação direta de dois contêineres, equivalente a 640 sacas de café, demonstrando a potencialidade do produto que tem sido alvo de países exigentes.

Mesmo com o surto da Covid-19, a produção de café não sofreu redução, isto porque a safra de 2020 foi um reflexo do manejo começado em 2019. Inclusive, os cafeicultores foram orientados por meio de um material técnico para os cuidados em tempos de pandemia sobre a colheita, transporte, armazenamento, entre outros. Como também recebeu incentivos para melhorar qualidade e produtividade do produto.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), entidade responsável por fazer levantamento anual de safra, 2020 contou com uma produção recorde de 2,3 milhões de sacas de café de Rondônia. Além da valorização do preço do café, que é vendido como commodities pela bolsa de valores. Isto é, tornando um ano bem satisfatório aos cafeicultores, para além da safra boa, que também tiveram um preço justo pelo sua produção de café, se comparado a anos anteriores.

De acordo com engenheiro agrônomo e assessor técnico da Seagri, Janderson Dalazen, a plantação de café vem crescendo em produtividade, quantidade de café produzido por hectares. Segundo ele, isto se deve pelos incentivos, nos últimos anos, do Governo com distribuição de mudas, programa de facilitação do transporte de calcário, programa de implantação de agro industrialização, entre outros.

A Seagri é a responsável por coordenar a política agrícola da cafeicultura do Estado e toma suas decisões orientadas pela câmera setorial do café de Rondônia, setor que reúne todos os órgãos e que representa cafeicultura do Estado, inclusive com representação dos cafeicultores.

PRODUTIVIDADE DO CAFÉ EM RONDÔNIA

O café produzido em Rondônia é da espécie Coffea canephora das variedades Conilon e Robusta. Historicamente, o café era utilizado nas indústrias de café solúvel e também nas misturas que chamamos de bland para os cafés tradicionais, café torrado e moído, que encontramos nos mercados.

Há algumas indústrias que trabalham com café de Rondônia, mas trabalham de forma geral misturando com outras variedades da espécie Coffea arábica. O Coffea arábica vem de outros estados, como Minas Gerais e Paraná, e ao chegar em Rondônia, é torrado e misturado com o café robusto, fazendo o chamado bland.

Atualmente, Rondônia conta em torno de 38 sacas por hectares, quantidade relevante quando é falado sobre produtividade. Para ter uma base, nos anos 2000, havia 145 mil hectares de café implantando em Rondônia, todavia sua produtividade possui índice baixo, em torno de 10 sacas por hectares.

Mas, com todo o trabalho dos cafeicultores, bem como com apoio do Governo e de todas as áreas da cadeia produtiva envolvida, nesses últimos quase 20 anos, o Estado diminuiu a área de café, que hoje é de 70 mil hectares, e aumentou a produtividade que saltou de 10 para 38 sacas por hectares.  Ou seja, produziu-se mais café numa área bem menor.

“O nosso café é considerado entre os mais sustentáveis do Brasil. Isto aconteceu graças aos incentivos governamentais e tecnologia implantados nas lavouras como cafeicultura clonal, tecnologia responsável pelo aumento da produtividade, demais processos da produção como assistência técnica, adubação, práticas de irrigação, entre outros, como ainda evolução rápida da forma de produzir café. Se 2020 foi um ano muito bom para setor do cafeeiro, 2021 vamos evidenciar mais resultados surpreendentes no incremento na qualidade do café”, conclui o engenheiro agrônomo Janderson Dalazen.