Rolim de Moura,

Produção de arroz em Rondônia alcança 139 mil toneladas na safra 2019/20
Rondônia é o maior produtor de arroz da região Norte e a produção atende 34% da demanda estadual

Publicado 18/09/2020
A A

A produção de arroz no Estado de Rondônia (safra 2019/20) está em torno de 139 mil toneladas, em uma área plantada de mais de 42 mil hectares, sendo a maior da região Norte, seguida pelo Estado de Roraima que é de cerca de 70 mil toneladas. A produção interna de arroz atende apenas 34% da demanda estadual, sendo que 1% deste valor é exportado para a Bolívia, portanto, há um déficit de 67%, que são importados de outros estados da federação.

Na última semana, os brasileiros foram surpreendidos com o forte aumento do preço de vários alimentos essenciais da cesta básica, principalmente do arroz. Muitos ficaram sem entender o porquê do aumento, e agora especula-se em todo país os motivos da atual alta do preço do arroz nas prateleiras dos supermercados e comentam-se várias causas e vilões para justificar um aumento tão grande no alimento básico do brasileiro.

De acordo com o economista da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), Avenilson Trindade, a explicação da alta dos preços passa pela análise histórica da produção de arroz no mercado internacional e o impacto desta, no mercado brasileiro. “No mercado internacional houve o aumento do consumo, e com o avanço da pandemia do coronavírus, vários países exportadores de arroz suspenderam suas exportações, isso fez com que faltasse o produto no mercado internacional. Com isso, os países com ausência do produto buscaram comprar no mercado brasileiro. O Brasil  importa arroz do Uruguai, do Paraguai e da Argentina e esse fator fez com que faltasse arroz tanto no Brasil quanto no mercado internacional fazendo com que o preço subisse”, explicou o economista.

Tradicionalmente, a base dos preços é medida pela bolsa de Bangkok, da Tailândia, que nos últimos cinco anos atingiu o pico de US$ 564 dólares por tonelada, conforme aponta a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), motivados pela “retração da produção tailandesa, reflexo da intensa seca na safra de inverno”. Nos Estados Unidos (EUA) a produção também caiu aproximadamente 2 milhões de toneladas. Essas quedas proporcionaram preços internacionais mais altos que estimulam a exportação do produto, com recordes históricos de mais de 1 milhão de toneladas nos últimos oito meses do ano, com alta de 73%.

Vale ressaltar que, em função da pandemia do coronavírus (Covid-19), houve um aumento no consumo interno brasileiro, prejudicado pela diminuição dos estoques reguladores que, ainda conforme afirma a Conab “os estoques finais de arroz no Brasil, ao final do ano-safra 2019/20, serão os menores da série histórica”. Além disso, os produtores brasileiros foram desestimulados com a contínua desvalorização do produto no mercado internacional e o elevado custo da produção, como explicado anteriormente.

Diante de tais fatores, o produto ficou menos disponível no mercado, supervalorizando o seu preço, e hoje chega a ser vendido pelos produtores brasileiros com um valor final de até R$110 a saca de 60 Kg, com alta de até 65% dependendo do estado. Conforme mostra no gráfico ao lado, produzido pela equipe Agrodados da Seagri, em Rondônia esse valor é de aproximadamente R$ 75 contabilizando uma alta de 44%, se comparado desde o início do ano até o mês de setembro de 2020, com base na pesquisa semanal de preços pago ao produtor realizada pela Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RO).

O economista ressaltou que é normal acontecer o desiquilíbrio na economia entre oferta e demanda de qualquer produto e em qualquer mercado, porque a economia é cíclica, tem momentos de alta e baixa. “O que fica mais difícil prevê é quanto tempo vai durar esse momento de preços altos. O que pode ser feito para reduzir o preço é o consumidor começar a migrar para outros produtos concorrentes ou similares, que possibilitará a redução da demanda pelo arroz e com isso volta o equilíbrio da oferta. A outra opção é o aumento da produção do arroz no mercado interno, com isso vai aumentar a oferta, equilibrando novamente com a demanda e possibilitando a redução do preço”, disse.

Gostou do conteúdo que você acessou?

Quer saber mais? Faça parte dos nossos grupos de notícias!

Para fazer parte, acesse um dos links adiante para entrar no grupo do WhatsApp ou acessar nosso canal no Telegram