Rolim de Moura,

Equipe Médica do Centro Obstétrico do Hospital de Base realiza parto raro em Porto Velho

Publicado 18/09/2019
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A professora Mônica Gisele de Freitas, moradora de Cacoal, recebeu, durante o pré-natal, o diagnóstico de que tinha placenta acreta (ou acretismo placentário), na qual a formação da placenta, órgão compartilhado entre a mãe e o bebê durante a gestação, ultrapassa os limites esperados dentro do útero e passa a invadir outros órgãos. Um caso raro, porém de alto risco e que pode levar à morte materna.

Ao completar 34 semanas de gestação, ela teve um mal-estar e foi transferida para a Maternidade do  Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro (HBAP), em Porto Velho, referência em gravidez de alto risco, via sistema de regulação. A coordenadora do centro obstétrico e maternidade do HBAP, médica ginecologista e obstetra Denise Nocrato, explica que uma equipe médica de diversas especialidades foi acionada para a realização da cirurgia de grande porte.

” O acrestismo placentário é um quadro grave na gestação porque é responsável por até 7%  de mortalidade materna no pós parto por causar uma  hemorragia maciça. A paciente realizou novos exames que comprovaram o diagnóstico e, então, foi disponibilizada, pelo Hospital, a equipe multidisciplinar envolvendo obstetra, neonatologista e médico cirurgião vascular para a realização da cirurgia, que aconteceu no dia 6 de setembro. A cesárea teve que ser seguida da retirada do útero (histerectomia).”

Após quatro horas de cirurgia, mãe e recém-nascido apresentaram a melhor evolução possível e a professora pôde conhecer o seu filho depois de receber alta da UTI . “Um encontro emocionante”, relata a professora.  “To muito grata a Deus porque, sinceramente, eu achei que fosse morrer por causa dos riscos. Foi muito emocionante quando eu abri o olho na UTI e vi que eu estava viva. Pegar meu filho nos braços foi uma emoção indescritível”.

A mãe e o recém-nascido passam bem, já receberam alta e retornaram pra Cacoal.

PLACENTA ACRETA

A médica ginecologista e obstetra Denise Nocrato explica que é uma doença grave e que, infelizmente, tem aumentado devido ao crescimento do número de partos cesáreos. “A maior prevenção é evitar a cesárea sem indicação. Uma cesárea mal indicada pode evoluir no futuro, em uma próxima gravidez, para um acretismo placentário. Isso é um grande risco. Quanto mais cesáreas, mais a mulher está exposta a desenvolver essa condição”.

A gestante deve fazer todos os exames de pré-natal regularmente na rede básica de saúde. A condição pode ser detectada através de exames de ultrassonografia. E se houver indicação de gravidez de alto risco, a paciente é referenciada ao Centro Obstétrico do HPAP, especializado em gestação de alto risco e que conta com o suporte multidisciplinar para o tratamento das mais diversas patologias relacionadas a gestação.

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