Rolim de Moura,

Suíno: ‘Crise do coronavírus faz preço cair 30%; produtores amargam prejuízo’
De acordo com a Associação Catarinense de Criadores de Suínos, muitos precisarão reduzir a alimentação dos animais para atrasar a chegada deles nos frigoríficos e controlar a oferta

Publicado 17/04/2020
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Foto: Prefeitura de Santo Cristo/ RS

Em um mês de distanciamento social como medida para conter o avanço da pandemia de coronavírus pelo mundo, os suinocultores independentes amargam prejuízo na atividade. De acordo com a Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), a queda na Bolsa de Suínos de Santa Catarina já chega a 30%. A entidade afirma que um dos fatores que impacta diretamente no mercado são as rígidas medidas adotas por São Paulo para barrar a progressão da Covid-19, que travou a economia do maior mercado consumidor do país.

Na segunda semana de março, o preço pago pelo quilo do suíno vivo aos produtores independentes era R$ 5,67. Após sucessivas baixas, que ocorreram também nos demais estados produtores de proteína animal, o valor caiu para R$ 3,97 nesta quinta-feira, 16, uma desvalorização semanal média de R$ 0,28.

Conforme o presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi, os custos para produzir o quilo da proteína também aumentaram, ficando perto dos R$ 4,30. Em algumas regiões a saca do milho está cotada a R$ 56 e a tonelada do farelo de soja R$ 1.800. “Os produtores já estão trabalhando no vermelho. Muitos precisarão reduzir a alimentação dos animais para atrasar a chegada deles nos frigoríficos e controlar a oferta”, disse. Ele alerta para que os suinocultores vendam apenas os animais que estejam no peso de abate a fim de estabilizar os preços pagos pelos frigoríficos.

“Estamos esperando o posicionamento dos governos estadual e federal sobre os recursos que serão destinados para salvar a suinocultura. É muito fácil mandar parar tudo, mas não entendem os problemas que acarretam na atividade.
Quem continuou trabalhando para abastecer a população agora está desassistido. Aplicaram recursos para vários setores da economia, menos para a suinocultura”, enfatiza Lorenzi.

Impasse com China

Cerca de 58% da produção de carne de Santa Catarina é exportada para a China, sendo um dos grandes parceiros comerciais do Brasil. Na opinião do representante, é inadmissível que membros ligados ao governo tornem públicas
opiniões que manche a reputação dos asiáticos.

“Qualquer percentual que os chineses deixarem de importar do Brasil será uma catástrofe para a suinocultura catarinense. O consumo interno não teria capacidade de absorver o
excedente”.

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Fonte: Canal Rural