Rolim de Moura,

Etanol: consórcio de bancos abrirá linha de crédito para ajudar o setor
O setor sucroalcooleiro foi muito afetado pelas recentes quedas do petróleo no mercado internacional; expectativa de baixa demanda por conta do coronavírus foi o motivo

Publicado 28/04/2020
A A
Foto: Zineb Benchekchou/Embrapa

O secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, disse nesta segunda-feira, 27, que o governo negocia com um consórcio de bancos a abertura de linha de crédito para empresas em cinco setores bastante afetados pela pandemia da Covid-19, entre eles o sucroalcooleiro.

Segundo ele, a linha especial de crédito será voltada para empresas desses setores com faturamento anual acima de R$ 300 milhões. Costa disse ainda que cada setor terá uma solução específica de acordo com as suas peculiaridades. “Teremos hoje [segunda] mais uma reunião e podemos incluir mais três ou quatro setores. A ideia é encontrar soluções privadas para garantir que as empresas continuem operando sem envolver recursos públicos”, completou.

O setor sucroalcooleiro foi muito afetado pelas recentes quedas do petróleo no mercado internacional. A commodity chegou a ser negociada a preços negativos, influenciada pela expectativa de pouca demanda por conta do novo coronavírus.

Ajuda ao setor

A crise política ocasionada pela exoneração do ex-diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, e o consequente pedido de demissão do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, atrasaram a possível aprovação de medidas de auxílio ao setor sucroalcooleiro. De acordo com fontes do Ministério da Agricultura, desde a última quarta-feira, 22, as demandas de redução temporária de PIS/Cofins do etanol e aumento da Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina estão sob a mesa do presidente da República, Jair Bolsonaro, à espera de aprovação. A expectativa da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, era de que essas propostas fossem aprovadas e publicadas no Diário Oficial da União na semana passada, mas os planos foram frustrados.

Interlocutores do governo não souberam afirmar para quando seria possível estipular um novo prazo para a aprovação. Na manhã desta segunda, Tereza Cristina concedeu coletiva de imprensa ao lado do presidente na saída do Palácio do Alvorada. Ao se pronunciar, porém, a ministra não tratou do tema sucroenergético.

Em paralelo, o Ministério da Economia segue em debate, junto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sobre a viabilização da demanda de criação de linha de crédito para estocagem de etanol. A expectativa do setor é de que, pelos menos, 6 bilhões de litros de biocombustível possam ser armazenados – e pagos – por meio de títulos de garantia. A operação, chamada de warrantagem, segue pendente pela dificuldade de encontrar fundos compatíveis com os custos do procedimento.

Gostou do conteúdo que você acessou?

Quer saber mais? Faça parte dos nossos grupos de notícias!

Para fazer parte, acesse um dos links adiante para entrar no grupo do WhatsApp ou acessar nosso canal no Telegram

Fonte: Canal Rural