Rolim de Moura,

Ex-secretário de Governo de Rondônia é pré-candidato a prefeito em Minas
Júlio Olivar voltou à sua terra natal, em janeiro, após viver 22 anos entre Vilhena e Porto Velho, onde se destacou como jornalista e agente político.

Publicado 01/09/2020
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O jornalista Júlio Olivar, que destacou-se em sua profissão e como agente político em Rondônia, voltou à sua terra natal, em janeiro deste ano. E, de forma inusitada, foi alçado à condição de pré-candidato a prefeito de Poço Fundo, cidade cravada no sul de Minas Gerais, a 395 km de Belo Horizonte, cuja economia gira em torno das culturas do café e do fumo. 

Durante 22 anos (entre 1998 e 2020), Júlio Olivar viveu entre Vilhena e Porto Velho. Período em que trabalhou em importantes veículos de comunicação — incluindo a Rede Amazônica (afiliada local da Rede Globo) e os áureos tempos do jornal impresso Folha do Sul. No jornalismo, dedicou-se, principalmente, a pautas ligadas às questões sociais, cultura, educação, memória e comportamento. Também prestou assessoria de imprensa a entidades como o Sebrae e a políticos de peso, caso do falecido ex-senador Odacir Soares. Até  tornar-se ele mesmo a própria notícia ao ingressar na política.

Olivar foi candidato a cargos eletivos, inclusive ao de vice-governador de Rondônia, em 2006, na chapa que ficou em segundo lugar nas eleições. Com boa desenvoltura como articulador político e comunicador nato, granjeou contatos no universo do poder. A ponto de ter sido nomeado várias vezes secretário de Estado, tendo ocupado as cobiçadas pastas da Educação, Comunicação e Turismo.

Por diversas vezes representou Rondônia em conselhos de cunho nacional (Fornatur, Consed, entre outros) e missões internacionais defendendo os interesses do Estado, pois foi homem de confiança do então governador Confúcio Moura (MDB). Saiu do governo em 2018 porque quis, pois havia sido convidado a permanecer. 

Paralelo às atividades como jornalista e gestor público influente, Júlio Olivar passou a atuar como escritor. Tem seis livros publicamos e foi eleito presidente da Academia Rondoniense de Letras, por dois mandatos. Recebeu várias condecorações oficiais, sendo titulado Comendador (medalha Getúlio Vargas, outorgada pelo Governo Federal) e Grande Oficial (medalha do mérito Marechal Rondon, mais alta condecoração do Governo de Rondônia). 

E como ocorreu a volta às origens, depois de ter construído sua carreira em Rondônia? Júlio Olivar conta à IMAGEM que não tinha tal pretensão. Ele garante que foi a Poço Fundo em janeiro apenas para terminar um livro que ele escreve há incríveis 25 anos e já conta 1500 páginas. Sua intenção era publicar a obra em abril passado, quando o município completou 150 anos de fundação. Neste meio tempo, aconteceu a pandemia do novo Coronavírus, e o lançamento do livro acabou adiado. 

“Várias lideranças políticas se aglutinaram em torno do meu nome, convidando-me para disputar a prefeitura local. Realmente, era algo inusitado e que não passava pelos meus projetos, a princípio. Depois de tantos anos sem sequer sair em férias, eu resisti um pouco a voltar à política, pois queria apenas dedicar-me ao livro. Acabei aceitando o desafio em nome de algo maior: o amor que sempre tive e cultuei pelas minhas raízes. Tanto que, mesmo distante, continuei a pesquisar e me interessar sobre a história de Poço Fundo, que, aliás, é muito rica”, relata o pré-candidato filiado ao partido Patriotas e que deverá disputar a prefeitura com o suporte de outros quatro partidos (MDB, PSDB, PTB e PSB).  

Nascido e criado no meio rural, Júlio Olivar e sua equipe têm grandes enfrentamentos pela frente. Além de consolidar a posição de vanguarda de Poço Fundo, que é referência na produção de café — importado para diversos países — e do fumo mais famoso de Minas Gerais, o postulante deseja industrializar, paulatinamente, (“e com responsabilidade socioambiental”, como ele reforça) o município rural. “Somos um ótimo exemplo de distribuição fundiária justa, com cerca de três mil propriedades rurais e um povo muito trabalhador. Mas, faltam empregos na entressafra; nosso desafio é mudar isso; queremos empregos, criar a cadeia produtiva do fumo, reativar a indústria de laticínios, implantar a feira do produtor, tomar as rédeas da produção de energia elétrica, ser eficientes nas políticas tributárias”, discursa. 

Ligado a diversas cidades industrializadas da região — casos de Pouso Alegre, Extrema e Poços de Caldas —, Poço Fundo fica próximo a algumas das principais metrópoles do País: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Campinas. Além do potencial para agroindústrias, tem forte apelo a ser explorado nos segmentos do ecoturismo e turismo rural.

 

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