Rolim de Moura,

A hora do camisa 10: o São Paulo precisa que Daniel Alves seja líder
O mínimo esperado é que ele assuma o protagonismo nas entrevistas após as partidas.

Publicado 31/01/2021
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Não se pode deixar toda a responsabilidade da queda de rendimento do São Paulo nas costas de Fernando Diniz. O jeito truculento do treinador com os atletas, como ficou evidente em rodadas recentes, tem sim um peso grande no baixo desempenho do time. Mas não é a única causa.

Numa hora dessas, é preciso uma liderança dentro do elenco, algo que naturalmente é esperado do Daniel Alves. Multicampeão por onde passou, o atual camisa 10 do time ainda não demonstrou a capacidade de assumir esse papel. E o que se espera de um atleta como ele depois de tantos títulos por times emblemáticos que conquistou na Europa?

Bom, numa derrota como a que aconteceu para o Internacional de Porto Alegre, o mínimo esperado era que ele assumisse o protagonismo nas entrevistas após a partida. Não aconteceu.

Juanfran e Reinaldo fizeram as vezes de líderes. Depois, num empate contra o Coritiba, difícil para qualquer torcedor assimilar, o goleiro Volpi reclamou que o time só tocou de lado e por isso levou um gol na reta final do segundo tempo. Novamente o líder não foi Daniel.

O São Paulo ainda segue firme na briga pelo título, mas precisará de um líder em campo e fora dele. Para o Daniel, é uma oportunidade de se firmar como protagonista numa eventual conquista de peso no Brasil. A coroação de uma carreira brilhante em que foi um coadjuvante cinco estrelas em times históricos. Isso foi verdade no Barcelona liderado por Xavi e Puyol e na Juventus, com Buffon.

O São Paulo contratou o Daniel pelo pacote vencedor e espera dele um líder que ainda não veio. Esperava-se um desempenho à altura do que vimos na Copa América de 2019, em que ele jogou muito e assumiu o papel de capitão de um time vencedor, sempre falando abertamente com a imprensa e transparecendo sua liderança para os torcedores.

Na última semana, o novo presidente do São Paulo, Júlio Casares, prometeu um choque de gestão no clube e maior conexão com os torcedores. E para os medalhões, o recado foi claro: contratações caras precisam ser analisadas sob critérios como compromisso com o clube, mentalidade vencedora e performance. Sem isso, vale mais a pena buscar atletas na base de Cotia.

Daniel Alves tem todos os atributos que Casares e a torcida do São Paulo exigem. E não tem hora melhor do que nessa reta final de campeonato para provar isto.

A entrevista que o Daniel deu após a derrota para Inter foi claramente forçada pelas críticas, pela opinião pública e parecia um roteiro de um filme, de uma novela, ou seja, ensaiado, sem nenhuma espontaneidade.

 

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Fonte: Globo Esporte