Rolim de Moura,

Cruzeirense ostenta paixão pelo clube com "rapomóvel" em Rondônia e acredita em recuperação da equipe
Adriano da Silva, de 41 anos, faz questão de exibir o automóvel vestido de torcedor do cabuloso e opina sobre o clube: "Pode demorar uns anos ainda mais vai dar a volta por cima"

Por Ge RO
Publicado 04/11/2021
Atualizado 04/11/2021
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O Cruzeiro está perigosamente colocado há dois pontos da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro Série B. Situação que faz o torcedor se preocupar. Mas, não abala a paixão pelo clube de coração. Ao menos no que se trata de Rondônia. Mais especificamente estamos falando do fisioterapeuta, Adriano da Silva, de 41 anos, o Mineiro. É pelas ruas de Ariquemes que ele ostenta o rapomóvel. Que, segundo ele, é a prova de crise.

No clube e da pandemia. Hoje, Mineiro tem um carro popular todo caracterizado com as cores e referências à raposa. A ideia veio da observação de um fusca personalizado. Mas ele não contava com o decaimento do Cruzeiro e a pandemia. Porém, ele se manteve firme no objetivo.

– Eu caracterizei ele todo de Cruzeiro. Estive em Minas e vi uns carros personalizados que me chamaram atenção. Queria um fusca, mas estava custando uns 30 mil. Decidi então por um popular. Procurei em site de busca na internet e achei um 2008/2008. No mesmo dia, estava em Cacoal para buscar, levei o dinheiro no bolso, cheguei e paguei pra ele e trouxe ele para Ariquemes no mesmo dia.

Eu venho contando para os meus amigos faz muito tempo mas eles não acreditaram. Porque já em 2019 meu time já começou a decair. 2017 e 18 fomos triunfais. Ganhamos Copa do Brasil e Brasileiro. Quando o Cruzeiro caiu para a segunda divisão comentei com um amigo meu que ia fazer, e aí os caras não acreditavam — conta o torcedor.

Após a buscar para decorar o carro, tudo tinha que ser perfeito. Desde a tonalidade das cores até as peças. Porém, não foi tão fácil assim achar no Vale do Jamari alguém que fizesse do “jeito correto” que o torcedor queria.

– Foi uma saga para conseguir fazer o carro. Na primeira lanternagem, expliquei como deveria ficar e não conseguiram. Tive de levar para outra. Lá deixaram o carro da maneira certa. Eu mesmo que comprei a tinta e pesquisei a tonalidade. Comprei bancos de um carro mais atual e levei para Porto Velho para fazer estofamento. Pneus, ar, troquei tudo. E ainda acho que pode melhorar. Vou levar para a revisão. E, assim que passar, ficará mais com cara de cruzeirense.

Para chegar a esse ponto, tem que ter paixão pelo clube. Assim como boa parte dos moradores de Rondônia, Mineiro carregou de Vazante na migração em 1994 para o norte a admiração pelo clube que cresceu na cidade.

– Minha paixão veio de Minas para Rondônia comigo. Desde criança admirava o clube. Em Vazante, apenas as maiores personalidades da cidade eram os que tinham televisão, em preto e branco. Eram cruzeirenses. Quando chegavam perto da casa deles, estavam decoradas de Cruzeiro. Ainda tenho um tio que é cruzeirense mesmo. Aquilo foi ficando na minha cabeça.

Na minha época o Cruzeiro não estava nem ganhando títulos. Era simplesmente Cruzeiro. A minha admiração pelo Cruzeiro não tem nem comparação. Não tem nem como explicar. É uma coisa que não se explica. Fui torcedor do Cruzeiro sem o Cruzeiro ganhar títulos. Principalmente por admirar, ouvir falar do Cruzeiro pelos rádios, a gente não tinha televisão. — relembra com carinho o torcedor

Situação do clube

Hoje, aos 41 anos, Adriano da Silva acompanha a situação do clube em mais uma temporada na Série B. Desde que desceu, a equipe não conseguiu se recuperar. Além disso, a 33ª rodada da Série B deixou a equipe próxima do Z4. Esse período tem sido “complicado”, segundo o torcedor.

– Hoje, o clube vive uma crise. Agravada também pela pandemia. O time caiu e na sequência foi atrapalhado pela situação mundial. O time teve de ser reformulado. Sairam medalhões. E, mesmo indo ao mercado as coisas não encaixaram. O time insistiu muito em técnico e jogadores que não renderam. Empatávamos umas cinco, perdíamos outras três e ganhávamos apenas uma. Ou seja, mudou tarde.

Duas coisas alentam o torcedor. Ele vê com bons olhos a estrutura que a equipe tem e, principalmente, uma possibilidade de venda com investidores.

– O Cruzeiro quarto melhor do Brasil. A marca Cruzeiro é muito boa ainda. Acredito que o clube vá dar volta por cima. A questão do clube empresa pode ajudar e muito. Temos investidores de fora do país que podem chegar. Outros clubes como Botafogo, Vasco, devem seguir essa tendência. A Inglaterra é um exemplo positivo dessa gestão. Podemos seguir eles.

Pode demorar uns anos ainda mas vai dar a volta por cima — acredita Mineiro.

Diante disso, torcedores de outros clubes mineiros como Atlético e América comemoram momentos positivos na Série A. E, até o acesso da Tombense da Série C para a B. Porém, Adriano tem um recado direto de Rondônia para esses.

- O verdadeiro torcedor é aquele que torce para o time não só nas vitórias mais sim nas dificuldades. Vejo torcedores de equipes que estão em momentos melhor como Flamengo e Palmeiras vaiando a equipe mas eles estão ganhando títulos. O torcedor tem que ser apaixonado pelo time. Igual na vida nem tudo a gente consegue levar para um bom tempo. E o recado que eu dou para os outros times é o seguinte: O Cruzeiro vai dar a volta por cima e ainda vai fazer grandes clássicos pelo Brasil. Vocês podem crer nisso.

Para o cruzeirense, eu digo: o Cruzeiro já deu muitas alegrias pra nós. Somos uma realidade. Nós já ganhamos todos os títulos, então tem que ter paciência — finaliza o dono do rapomóvel.

Coincidentemente, Londrina (fora) e Brusque (casa) são os adversários do Cruzeiro nos próximos compromissos pelo campeonato. Nesta sexta-feira, às 21h30 (de Brasília), fora de casa, o Cruzeiro enfrenta a equipe do Paraná, em confronto direto, para não correr risco de voltar à zona da degola.

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Fonte: Ge RO