Rolim de Moura,

Produtos da Biomassa representaram 9% da energia elétrica em 2018
Álcool teve maior peso, com 73,9% do valor bruto da produção, diz IBGE

Publicado 09/12/2021
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Em 2018, a produção de energia elétrica proveniente dos produtos energéticos da biomassa foi 54,4 mil gigawatt-hora (GWh), o que representou 9% de toda a energia elétrica produzida no Brasil. Os dois insumos naturais mais utilizados para a geração desse tipo de eletricidade foram a biomassa da cana e a lixívia.

As informações são das Contas Econômicas Ambientais da Energia: Produtos da Biomassa, divulgada hoje (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A soma do valor de produção dos quatro principais produtos energéticos da biomassa (álcool, o biodiesel, o carvão vegetal e a lenha) totalizou R$ 84 bilhões, correspondendo a 0,7% do valor bruto da produção total da economia para o mesmo ano. O álcool teve o maior peso, com 73,9% do valor bruto da produção.

A pesquisa é resultado de uma cooperação entre o IBGE e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), com o apoio, em seus estágios iniciais, da Agência Internacional de Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ GmbH), por intermédio do Ministério do Meio Ambiente. O estudo traz informações sobre os recursos e usos dos produtos energéticos da biomassa no Brasil.

“Trata-se de um importante instrumento para demonstrar os fluxos de recursos e usos dos insumos naturais e produtos energéticos entre o meio ambiente e a economia, tanto nos aspectos físicos quanto nos monetários”, disse, em nota, o gerente da pesquisa Michel Lapip.

A produção nacional dos insumos naturais energéticos da biomassa foi 91,3 milhões em 2018. Este valor representa cerca de 30% do total da produção nacional primária dos produtos energéticos do Balanço Energético Nacional, elaborado pela EPE.

Entre os insumos estão a biomassa da cana (bagaço, melaço e caldo de cana); a lenha; a lixívia; e outros energéticos da biomassa como o biogás, a biomassa e os óleos vegetais. Os dois mais utilizados foram a biomassa da cana (62,2%), vindo essencialmente do bagaço, e a lixívia (27%).

Segundo a pesquisa, de 2015 a 2018, o crescimento médio dos insumos naturais energéticos da biomassa foi de 1,4%. A produção do biodiesel foi a que teve o maior crescimento médio no período (10,7%), seguida pela de lixívia (6,5%) e pela do álcool (3,0%). A lenha também teve aumento (0,9%).

Aumento do consumo de lenha
O uso da lenha per capita pelas famílias apresentou crescimento médio de 3,7% de 2015 para 2018, quando atingiu 112,1 quilos por habitante. Já o consumo per capita de álcool pelas famílias caiu 0,8% no período, com 122,4 litros por habitante em 2018. “As famílias utilizam o álcool e o biodiesel para transporte e a lenha e o carvão para cozinhar e aquecimento”, afirmou Lapip.

Quanto às fatias de participações no uso dos produtos, o estudo aponta que o álcool vem sendo mais usado pelas famílias do que pelas atividades econômicas. Em 2018, a participação do primeiro grupo foi de 82% contra 18% do segundo, atingindo R$ 86,2 bilhões e R$ 18,9 bilhões, respectivamente.

Por outro lado, a participação dos gastos com biodiesel pelas atividades econômicas foi 95,6%, atingindo R$ 16,9 bilhões enquanto as famílias gastaram apenas R$ 786 milhões com biodiesel (4,4%).

Produtos da biomassa
Os gastos com os produtos energéticos da biomassa pelas famílias totalizaram R$ 90,4 bilhões em 2018, representando 34,5% das despesas associadas ao total de produtos energéticos, exceto a eletricidade. O gerente da pesquisa explicou a retirada da eletricidade da conta.

“É um gasto que não conseguimos separar a origem. Quando usamos a eletricidade em nossa casa, não sabemos o quanto dela vem de energia hidráulica ou energia eólica, e o quanto vem da energia do bagaço da cana”, disse Lapip.

Dentre os produtos utilizados, o álcool foi o que concentrou a maior parcela desses gastos. Usado principalmente para transporte, ele representou 95,3% dos gastos das famílias, atingindo R$ 86,2 bilhões em 2018, enquanto o biodiesel representou 0,9% das despesas das famílias, com R$ 800 milhões.

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