Rolim de Moura,

TJ-RO declara inconstitucionais leis sobre proibição do comprovante de vacina e 'vacinação compulsória' contra Covid
Desembargador declarou que as normas "tornaram impossível o efetivo cuidado com a saúde pública". Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) foi proposta pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

Publicado 03/05/2022
Atualizado 03/05/2022
A A

As leis estaduais que tratam sobre a proibição do passaporte sanitário e a "vacinação compulsória" contra a Covid-19 foram declaradas inconstitucionais pelo Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO). A sessão de julgamento aconteceu nesta segunda-feira (2).

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) foi proposta pelo Partido dos Trabalhadores (PT) contra as leis n° 5.178 e n° 5.179, aprovadas na Assembleia Legislativa do estado (ALE-RO) e sancionadas pelo governador Marcos Rocha.

Durante o voto, o relator desembargador, Osny Claro, declarou que as duas normas possuem inconstitucionalidade material e formal, por ferir vários artigos da Constituição Estadual.

"As leis estaduais se mostraram na contramão do que determina as citadas causas constitucionais e tornaram impossível o efetivo cuidado com a saúde pública, impossibilitando que o Estado de Rondônia cumpra sua missão constitucional", defendeu.

A lei n° 5.178 foi declarada inconstitucional por unanimidade. Já a outra foi vencida pela maioria dos votos. O desembargador Sansão Saldanha foi um dos presentes e acompanhou integralmente o voto do relator.

"Ambas parecem dizer a mesma coisa. Se tratando de uma incidência sobre um princípio de uma nação, de um povo, me parece o que eu chamaria de 'nonsense'. Não faz sentido, dentro de uma sociedade, permitir que alguém adoeça e transmita essa doença para os demais", apontou.

O site entrou em contato com o Governo de Rondônia e não obteve retorno sobre o assunto até a última atualização desta reportagem.

Entenda
No último ano, 2021, a Assembleia Legislativa aprovou os dois projetos de lei em questão e em seguida o governo sancionou. Na época, a decisão repercutiu entre especialistas em saúde e o meio político.

Em entrevista à Rede Amazônica, o infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Juan Miguel Villalobos afirmou, que vê as novas leis como um "desserviço completo" para a saúde pública brasileira.

Pouco depois que as normas foram publicadas no diário oficial do estado, o PT ingressou com a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) apontando que as duas leis "causam um evidente prejuízo à saúde" e ao combate à pandemia, pois incentivam as pessoas que não desejam se imunizar contra a doença.

 

Gostou do conteúdo que você acessou?

Quer saber mais? Faça parte dos nossos grupos de notícias!

Para fazer parte, acesse um dos links adiante para entrar no grupo do WhatsApp ou acessar nosso canal no Telegram

Fonte: G1/RO