Rolim de Moura,

Pódio da vergonha: Rondônia é terceiro colocado no ranking nacional de estupros
“O Estado pontua vergonhosamente também no 5º lugar em casos de feminicídio”

Publicado 25/06/2019
Atualizado 25/06/2019
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Foto: Ilustração

O argumento das autoridades serão velhos conhecidos; falta de estrutura adequada nas Delegacias da Mulher, déficit de pessoal, ausência de políticas públicas elaboradas especialmente  para prevenção de crimes contra a mulher, questões de ordem cultural e justificativas que fazem sentido, mas que carecem de esforço e vontade política para serem implantadas.
    Explicar porque Rondônia é, proporcionalmente, o terceiro colocado no ranking nacional que quantifica o estupro é tão difícil quanto explicar porque estamos também nesse vergonhoso pódio como o quinto Estado onde se comete mais violência contra mulheres.  O noticiário policial não passa um dia sequer sem apresentar pelo menos um caso de mulher sendo espancada.  A cada mês ao menos uma mulher é assassinada ou morre nos hospitais depois de ser espancada, geralmente pelo marido, amante ou namorado. Porto Velho, pela sua densidade populacional, é a líder isolada, mas no interior também se verificam barbáries constantemente.
    O estudo divulgado recentemente mostra um quadro preocupante porque, apesar do endurecimento das penas para casos de feminicídio, atuação rigorosa das forças policiais e outros recursos legais, a situação está longe de apresentar melhoras. Especialistas nesse tipo de questão apontam questões culturais – ainda se mantém bastante enraizada a ideia de que a mulher deve ser submissa e, em ato contrário, punida. Esse exemplo de comportamento criminoso contamina o ambiente doméstico e é, via de regra, copiado pelos filhos.  Pais que espancam filhas e esposas sugerem aos filhos que se trata de um comportamento normal. Colabora ainda para o quadro vergonhoso a omissão das mulheres, que não denunciam a maioria das agressões, cerceadas pelas ameaças dos maridos ou companheiros.

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Foto: Ilustração