Rolim de Moura,

Abitrigo pede ao governo isenção da tarifa de importação até o fim de 2020
A entidade estima que o preço do trigo tenha aumentado 30% desde o início deste ano e calcula desvalorização de 30% do real ante o dólar no mesmo período

Publicado 07/04/2020
A A
Foto: Daniel Popov

A Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) pediu ao governo federal a isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) sobre o trigo importado de fora do Mercosul até o fim deste ano. “Essa é uma sugestão para baratear o custo do trigo importado e, assim, evitar o repasse integral da alta da matéria-prima para o preço dos derivados”.

A entidade estima que o preço do trigo tenha aumentado 30% desde o início deste ano e calcula desvalorização de 30% do real ante o dólar no mesmo período. “O custo aumentou por duas fontes. Algum tipo de repasse para o preço dos alimentos terá de ser feito, por isso estamos buscando formas fazê-lo de forma parcial”, acrescenta Barbosa.

O pedido, de acordo com a associação, foi encaminhado ao Ministério da Agricultura, ao Ministério da Economia e à Câmara de Comércio Exterior (Camex) e está em análise pelas três pastas. Na avaliação do presidente da Abitrigo, a medida “é necessária” neste momento em virtude do atual patamar do dólar e da falta de disponibilidade de cereal argentino.

“Não vemos dificuldade de fornecimento de trigo, pois o volume em falta na Argentina será suprido pelo mercado internacional. A nossa preocupação é com o custo desse cereal a ser comprado”, observou o executivo, lembrando da recente quebra de safra do país vizinho. Atualmente, o Brasil importa cerca de 60% – entre 5 milhões a 6 milhões de toneladas – do trigo necessário para moagem nacional.

Deste volume, aproximadamente 85% provém da Argentina – sobre o qual não incide a TEC, de 10%. No ano passado, o Ministério da Agricultura liberou à indústria moageira uma cota anual de 750 mil toneladas de importação do cereal de países de fora do Mercosul com isenção da taxa. Na análise da indústria, a cota não é “suficiente” para o atual momento.

De acordo com dados coletados pela Abitrigo junto a seus associados, serão necessários mais 2 milhões de toneladas do cereal até o fim deste ano. Em decorrência da entressafra nacional, a importação deve se acentuar nos meses de abril, maio e junho – período em que o consumo de pães, massas e bolos tende a aumentar.

“Por isso, pedimos também que o governo estenda a cota já adotada até o fim do ano para permitir que empresa que ainda não utilizaram sua parcela possam utilizá-la neste momento”, relatou Barbosa. A cota entrou em vigor em novembro de 2019 e vale para importações feitas até 31 de maio. Outro pedido enviado pela indústria ao governo federal é o da flexibilização quanto às regras fitossanitárias para importação do cereal russo – maior exportador mundial de trigo. A entidade disse que considera que a medida poderia ampliar a gama de fornecedores aptos a comercializar para o Brasil.

Gostou do conteúdo que você acessou?

Quer saber mais? Faça parte dos nossos grupos de notícias!

Para fazer parte, acesse um dos links adiante para entrar no grupo do WhatsApp ou acessar nosso canal no Telegram

Fonte: Canal Rural