Rolim de Moura,

China veta carne de unidade dos EUA
A medida se deve à confirmação de casos do novo coronavírus entre os funcionários da americana Tyson Foods

Publicado 23/06/2020
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A China vem intensificando o controle sanitário sobre a importação de carnes em meio à segunda onda de contaminação do novo coronavírus no continente asiático. No domingo, 21, o país suspendeu a importação de frango de uma unidade da americana Tyson Foods. Segundo o departamento, a medida se deve à confirmação de casos do novo coronavírus entre os funcionários da unidade.

A suspensão de importações da Tyson vem na esteira de uma série de outras medidas mais rigorosas adotadas após um novo surto de covid-19. Os voos de e para Pequim foram cancelados, restrições também foram impostas para entrada da cidade.

Em meio às novas medidas, na semana passada autoridades chinesas testaram carne e frutos do mar importados em busca de traços do vírus, depois que o novo surto foi associado a um grande mercado de Pequim com produtos importados.

No último dia 18, a China suspendeu as importações de uma empresa de suínos da Alemanha depois que autoridades alemãs confirmaram uma infecção pelo novo coronavírus naquela empresa, segundo o Conselho de Estado da China.

Na unidade da Tyson Foods no Estado americano do Arkansas, que teve as importações suspensas, 481 funcionários testaram positivo para a doença - o que corresponde a 13% do quadro de colaboradores. "Na Tyson, estamos confiantes de que nossos produtos são seguros e esperamos que as consultas entre os governos dos EUA e da China resolvam esse problema", disse um porta-voz.

Apesar da política sanitária mais restritiva para importação de proteínas, a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e a Administração de Alimentos e Medicamentos disseram que não há evidências de que a covid-19 seja uma doença transmitida por alimentos.

Brasil

Para Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, a medida chinesa é pontual e não deve prejudicar o Brasil. Caso o país detecte algum frigorífico brasileiro com problema, afirma Barral, restrições deverão ser aplicadas apenas à planta que registrou contaminações.

A China teria dificuldades de impor uma medida mais ampla contra a carne do Brasil dada sua dependência do mercado brasileiro. Hoje o País é o maior exportador do produto para Pequim, seguido pelos Estados Unidos e pela Austrália

Em comunicado, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa gigantes exportadoras como JBS e BRF, afirmou que, conforme já declarou a OMS, não há risco de contaminação de alimentos pela covid-19. A entidade destaca ainda que o setor segue protocolo de segurança validado pelo Hospital Albert Einstein em suas fábricas. A ABPA diz acompanhar a situação e estar em contato com o governo para reafirmar a segurança dos alimentos produzidos no Brasil. 

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