Na manhã desta terça-feira, uma ação conjunta entre o Ministério Público de Rondônia (MPRO) e a Polícia Civil resultou na deflagração da operação intitulada "Arcana Revelada" em Ji-Paraná. Essa operação, fruto de uma colaboração entre o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado e a Segunda Delegacia de Repressão ao Crime Organizado da Polícia Civil, tem como objetivo desmantelar uma suposta organização criminosa envolvida em uma série de delitos, incluindo corrupção ativa e passiva, concussão, extorsão, tráfico de influência, perseguição e lavagem de dinheiro dentro do município.

A raiz desta operação remonta a janeiro de 2023, quando a operação "Aralto", deflagrada pela Draco 2, revelou a existência de uma intricada teia de corrupção que se estendia pelos poderes executivo e legislativo do município. A descoberta desse esquema ilícito levou ao desdobramento da atual operação "Arcana Revelada".

Durante a ação, estão sendo cumpridos 11 (onze) mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e na sede dos Poderes Executivo e Legislativo Municipais, além de 5 (cinco) mandados de afastamento das funções públicas, pelo prazo de 120 (cento e vinte) dias, tendo como alvo os principais agentes públicos envolvidos nas investigações, incluindo os chefes dos Poderes Executivo e Legislativo de Ji-Paraná/RO.

O delegado do GAECO Anderson Batista , responsável pela coordenação da operação, destacou que foram cumpridos mandados de busca e apreensão que forneceram indícios claros do envolvimento de agentes públicos de alto escalão nos poderes Executivo e Legislativo. Ele ressaltou que o Legislativo confeccionou uma lei municipal com o propósito de conferir uma aparente legalidade aos pagamentos que, na realidade, consistiam em um desvio da ordem cronológica de pagamento de créditos judiciais, conhecidos como precatórios ou requisições de pequeno valor. Esses recursos eram direcionados para beneficiar indivíduos envolvidos no esquema, seja por vontade própria ou mediante pressão. Aqueles que não estavam inseridos nesse contexto acabavam prejudicados, pois não recebiam seus devidos pagamentos.

No total, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em residências dos investigados, além de incursões na sede da Prefeitura, Câmara de Vereadores e Procuradoria Geral do município. Cinco mandados de afastamento de funções públicas também foram executados. Mais de 50 policiais civis, incluindo membros do GAECO, da Draco 2, da Delegacia Regional de Cacoal e da Primeira Delegacia de Polícia Civil de Ouro Preto, participaram da operação.

O nome "Arcana Revelada" faz referência à ideia de segredos ou mistérios ocultos que estão sendo desvendados. Essa operação marca um importante passo no combate à corrupção e na preservação da integridade das instituições públicas em Ji-Paraná.