Rolim de Moura,

Presidente da Eletrobras diz estar confiante em desestatização
Rodrigo Limp também comentou o resultado da empresa em 2021

Publicado 22/03/2022
A A

O cenário externo de conflito entre Rússia e Ucrânia e de possível volatilidade e desvalorização das ações da Eletrobras e das empresas do grupo não devem afastar os investidores nem afetar o processo de privatização da empresa do setor elétrico, disse hoje (22) o presidente da estatal, Rodrigo Limp, em coletiva online à imprensa.

Segundo ele, o cronograma está mantido e prevê concluir o processo de privatização em 13 de maio.

“A Eletrobras é um ativo de longo prazo. A gente trabalha com a expectativa de que haja interesse grande na capitalização da empresa”

Para a desestatização da empresa, existem etapas internas e externas a serem cumpridas. Entre as fases internas, Limp citou a preparação e publicação da oferta, tratativas com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e realização de roadshow financeiro (reuniões com potenciais investidores). Externamente, ele citou a aprovação do trâmite pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Ao comentar o risco de concentração de mercado na área de geração de energia, com a passagem da participação de 30% das mãos do Estado para a iniciativa privada, Limp argumentou que a Eletrobras vai deixar de ser controladora de Itaipu e de Eletronuclear, o que já diminui o percentual de geração.

Ele também lembrou que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) tem a função de impedir essa concentração de mercado.

”A regulação está aí para impedir qualquer efeito de concentração de mercado no setor elétrico. Hoje não temos essa visão”. E completou: “Confiamos na regulação do setor para garantir o bom funcionamento do mercado”.

Angra 3

Em relação à Usina Nuclear Angra 3, o presidente da Eletrobras disse que a companhia tem feito investimentos no chamado Plano de Aceleração do Caminho Crítico. A próxima etapa é a definição da tarifa pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), após a conclusão dos estudos pelo BNDES. A data prevista para a conclusão da usina foi adiada em um ano, de novembro de 2027 para novembro de 2026.

Considerando as sanções impostas pela comunidade internacional a empresas russas, Limp foi questionado sobre o memorando de entendimento de Angra 3 com a Companhia Estatal de Energia Nuclear da Rússia (Rosatom), incluindo a perspectiva de participação da empresa russa, no consórcio construtor.

Segundo ele, não há informação sobre a participação da Rosatom no consórcio, porque é um processo que ainda vai ser construído em função da definição da tarifa. Limp informou também que a transferência do controle de Itaipu e da Eletronuclear, já aprovada pela Aneel, só será concluída após a desestatização da Eletrobras.

Provisões

O presidente da estatal também comentou o resultado da empresa em 2021, em que obteve lucro 11% menor que o de 2020.  Segundo ele, a queda foi resultado de provisões operacionais, que tiveram aumento líquido de R$ 7,519 bilhões, com destaque para o aumento de R$ 10,8 bilhões relativos ao empréstimo compulsório.

Segundo ele, a atual gestão da Eletrobras vem aprimorando os critérios de provisionamento e tem expectativa de que as decisões judiciais agora sigam os posicionamentos da empresa. No caso de decisões desfavoráveis, ele informou que a empresa terá de fazer provisões, e admitiu que há uma quantidade grande de ações, em diversos tribunais.

Gostou do conteúdo que você acessou?

Quer saber mais? Faça parte dos nossos grupos de notícias!

Para fazer parte, acesse um dos links adiante para entrar no grupo do WhatsApp ou acessar nosso canal no Telegram