Rolim de Moura,

Conselho da UFRJ aprova contrato de gestão com a Ebserh
Três unidades do complexo hospitalar serão administradas pela empresa

Publicado 12/12/2023
A A

O Conselho Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) decidiu nesta segunda-feira (11) que vai assinar contrato com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) para a administração de três unidades do Complexo Hospitalar e da Saúde (CHS) por 20 anos. 

Serão geridos pela Ebserh o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), o Instituto de Pediatria e Puericultura Martagão Gesteira (IPPMG) e a Maternidade-Escola (ME). Segundo a universidade, outras unidades do CHS serão incorporadas em etapas posteriores.  

A votação aconteceu de maneira remota e foi transmitida pelo canal da universidade no Youtube. A forma de votação e o tempo reduzido para debates foram alvo de críticas de parte dos conselheiros. O resultado foi de 35 votos a favor e 13 contrários, o que representou 73% e 27% dos votos, respectivamente. A sessão foi conduzida pelo reitor da UFRJ, Roberto Medronho, que defendeu a assinatura do contrato, por entender que ela conta com o apoio da maioria dos professores titulares e eméritos da instituição.

“A Ebserh tem recursos dos ministérios da Saúde e da Educação, podendo nos ajudar a liberar os 80 milhões que hoje usamos de nossa verba de custeio dos hospitais”, defendeu Medronho. 

Entre os demais argumentos favoráveis ao contrato, foi citado que o CHS vem perdendo profissionais de saúde para a prestação de serviços, e que tem caído o número de leitos e de condições para que as unidades da área de saúde promovam ensino de qualidade.

“A população e os alunos vão se beneficiar. A Ebserh colocou leitos de alta complexidade. Vamos formar pessoal com cada vez mais capacidade de levar o desenvolvimento e a pesquisa. Entendo que a Ebserh é necessária tanto do ponto de vista da sociedade em geral, como dos alunos de medicina, formação de pessoal, inclusive com a liberação de recursos para a universidade se desenvolver. Já deveríamos ter feito isso há muito tempo”, disse o conselheiro Celio Albano da Costa Neto.

Aqueles que se mostraram contrários à assinatura citaram como problemas a perda de autonomia universitária, o fim dos servidores públicos nas unidades de saúde nos próximos anos, a queda na qualidade dos serviços da Universidade, a redução do número de leitos e o tempo insuficiente para debater o contrato com a Ebserh. 

“Não existe nenhuma garantia que a Ebserh vai trazer mais orçamento e melhorar os vínculos empregatícios dentro do nosso hospital. Existe uma grande ameaça para a nossa autonomia universitária. Coisa tão cara, conquistada com tanto suor e luta de vários que fizeram com que a UFRJ exista e esteja de pé. [Esse contrato] desmembra o nosso complexo hospitalar e fragiliza a nossa democracia interna”, disse a conselheira Giovanna Almeida Tavares. 

Gostou do conteúdo que você acessou?

Quer saber mais? Faça parte dos nossos grupos de notícias!

Para fazer parte, acesse um dos links adiante para entrar no grupo do WhatsApp ou acessar nosso canal no Telegram