Rolim de Moura,

Deltan pede a aras prorrogação da força-tarefa da lava jato por um ano
Em 10 de setembro vence o prazo para renovação da força-tarefa da Lava Jato no Paraná

Publicado 27/08/2020
A A

Em guerra com a cúpula da Procuradoria-Geral da República (PGR), a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba pediu ao procurador-geral da República, Augusto Aras, a prorrogação dos trabalhos no Paraná por um ano. Até setembro, Aras vai decidir o futuro do grupo coordenado pelo procurador Deltan Dallagnol, mas já deixou claro que pretende impor uma "correção de rumos" com a adoção de um novo modelo de investigação, sem métodos "personalistas" nem "caixas-pretas".

Em 10 de setembro vence o prazo para renovação da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, grupo composto por 14 procuradores da República. A renovação significa manter toda a estrutura hoje disponível, não apenas de procuradores, mas também servidores de apoio, que atuam em áreas de assessoria jurídica, análise, pesquisa e informática. No Rio, o prazo é 8 de dezembro.

Já a força-tarefa em São Paulo não tem designações em bloco, ou seja, possui prazos distintos para cada um dos seus membros.

Em um documento de 18 páginas, repleto de gráficos e números, Dallagnol e sua equipe apontam um "ininterrupto crescimento de trabalho e de resultados" alcançados pela força-tarefa".

"Enquanto o volume de trabalho teve incremento de impressionantes 1647% desde o ano de 2014, a força de trabalho aumentou 79% no mesmo período, em evoluções absolutamente desproporcionais", afirmam os procuradores.

De acordo com a força-tarefa, o volume de trabalho continuou crescendo em 2020 em relação aos anos anteriores.

"A média mensal de trabalho em 2020 aumentou 35% em relação a 2019, enquanto o número de procuradores se reduziu em 13%. A isso se somou a recente decisão do Exmo. Vice-Procurador-Geral da República de retirar a exclusividade do trabalho de um dos procuradores no caso. Essas mudanças, assim como dificuldades relacionadas à pandemia e ao passivo, impactam trabalhos relevantes em andamento", afirma o grupo.

Segundo a equipe de Deltan Dallagnol, "a falta de adequação de recursos humanos e de infraestrutura frente ao volume e complexidade crescentes dos trabalhos aqui desenvolvidos representa uma dificuldade constante para a continuidade das atividades".

No ofício encaminhado a Aras, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba informa que está cuidando atualmente de cerca de 400 investigações, com base em materiais colhidos, como depoimentos, delações, apreensões, cooperações internacionais e relatórios financeiros.

A força-tarefa alega que "continua a centrar em quebra de sigilos bancários e fiscais (já foram distribuídos mais de 700 procedimentos desta natureza), elaboração de pedidos de cooperação jurídica internacional para a obtenção de documentos e contas bancárias no exterior e aprofundamento da análise do material apreendido na investigação, propondo novas denúncias e acompanhando o desenvolvimento processual dos casos já processados".

"Dois órgãos relevantíssimos da Procuradoria-Geral da República, a CorregedoriaGeral e a 5ª Câmara de Coordenação e Revisão, recomendaram neste ano a continuidade do apoio aos trabalhos das forças-tarefas de combate à corrupção, pelo menos até que o trabalho possa ser absorvido por outros modelos de atuação, evitando-se rupturas ou solução de continuidade", sustenta o grupo de Curitiba.

Gostou do conteúdo que você acessou?

Quer saber mais? Faça parte dos nossos grupos de notícias!

Para fazer parte, acesse um dos links adiante para entrar no grupo do WhatsApp ou acessar nosso canal no Telegram